A Era Vargas
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Era Vargas é o nome que se
dá ao período em que Getúlio Vargas governou o Brasil por 15 anos, de forma
contínua (de 1930 a 1945). Esse período foi um marco na história brasileira, em
razão das inúmeras alterações que Getúlio Vargas fez no país, tanto sociais
quanto econômicas.
A Era Vargas, teve início com a Revolução de 1930 onde
expulsou do poder a oligarquia cafeeira, dividindo-se em três momentos:
- Governo Provisório -1930-1934
- Governo Constitucional – 1934-1937
- Estado Novo – 1937-1945
Revolução de 1930
Até o ano de 1930 vigorava no Brasil a República
Velha, conhecida hoje como o primeiro período republicano brasileiro. Como
característica principal centralizava o poder entre os partidos políticos e a
conhecida aliança política "café-com-leite" (entre São Paulo e Minas
Gerais), a República Velha tinha como base a economia cafeeira e, portanto,
mantinha fortes vínculos com grandes proprietários de terras.
De acordo com as políticas do
"café-com-leite", existia um revezamento entre os presidentes
apoiados pelo Partido Republicano Paulista (PRP), de São Paulo, e o Partido
Republicano Mineiro (PRM), de Minas Gerais. Os presidentes de um partido eram
influenciados pelo outro partido, assim, dizia-se: nada mais conservador, que
um liberal no poder.
O
Golpe do Exército
Em março de 1930, foram realizadas as eleições para
presidente da República. Eleição esta que deu a vitória ao candidato
governista Júlio Prestes. Entretanto, Prestes não tomou posse. A Aliança
Liberal (nome dado aos aliados mineiros, gaúchos, e paraibanos) recusou-se a
aceitar a validade das eleições, alegando que a vitória de Júlio Prestes era
decorrente de fraude. Além disso, deputados eleitos em estados onde a Aliança
Liberal conseguiu a vitória, não tiveram o reconhecimento dos seus mandatos. Os
estados aliados, principalmente o Rio Grande do Sul planejam então, uma revolta
armada. A situação acaba agravando-se ainda mais quando o candidato à
vice-presidente de Getúlio Vargas, João Pessoa, é assassinado em Recife,
capital de Pernambuco. Como os motivos dessa morte foram duvidosos a propaganda
getulista aproveitou-se disso para usá-la em seu favor, atribuindo a culpa à
oposição, além da crise econômica acentuada pela crise de 1929; a indignação,
deste modo, aumentou, e o Exército – que por sua vez era desfavorável ao
governo vigente desde o tenentismo – começou a se mobilizar e formou uma junta
governamental composta por generais do Exército. No mês seguinte, em três de
novembro, Júlio Prestes foi deposto e fugiu junto com Washington Luís e o poder
então foi passado para Getúlio Vargas pondo fim à República Velha.
http://pecasraras2.blogspot.com.br/2015/09/dia-do-radialista-o-radio-na-era-vargas.html
Governo
provisório (1930 - 1934)
O Governo Provisório teve como objetivo reorganizar a
vida política do país. Neste período, o presidente Getúlio Vargas deu início ao
processo de centralização do poder, eliminando os órgãos legislativos (federal,
estadual e municipal).
Diante da importância que os militares tiveram na
estabilização da Revolução de 30, os primeiros anos da Era Vargas foram
marcados pela presença dos “tenentes” nos principais cargos do governo e por
esta razão foram designados representantes do governo para assumirem o controle
dos estados, tal medida tinha como finalidade anular a ação dos antigos
coronéis e sua influência política regional.
Esta medida consolidou-se em clima de tensão entre as
velhas oligarquias e os militares interventores. A oposição às ambições
centralizadoras de Vargas concentrou-se em São Paulo, onde as oligarquias
locais, sob o apelo da autonomia política e um discurso de conteúdo regionalista,
convocaram o “povo paulistano” a lutar contra o governo Getúlio Vargas,
exigindo a realização de eleições para a elaboração de uma Assembléia
Constituinte. A partir desse movimento, teve origem a chamada Revolução
Constitucionalista de 1932.
Mesmo derrotando as forças oposicionistas, o
presidente convocou eleições para a Constituinte. No processo eleitoral, devido
o desgaste gerado pelos conflitos paulistas, as principais figuras militares do
governo perderam espaço político e, em 1934 uma nova constituição foi
promulgada.
A Carta de 1934 deu maiores poderes ao poder
executivo, adotou medidas democráticas e criou as bases da legislação
trabalhista. Além disso, sancionou o voto secreto e o voto feminino. Por meio
dessa resolução e o apoio da maioria do Congresso, Vargas garantiu mais um
mandato.
Governo
Constitucional (1934 – 1937)
Nesse segundo mandato, conhecido como Governo
Constitucional, a altercação política se deu em volta de dois ideais
primordiais: o fascista – conjunto de ideias e preceitos político-sociais
totalitário introduzidos na Itália por Mussolini –, defendido pela Ação
Integralista Brasileira (AIB), e o democrático, representado pela Aliança
Nacional Libertadora (ANL), era favorável à reforma agrária, a luta contra o
imperialismo e a revolução por meio da luta de classes.
A ANL aproveitando-se desse espírito revolucionário e
com as orientações dos altos escalões do comunismo soviético, promoveu uma
tentativa de golpe contra o governo de Getúlio Vargas. Em 1935, alguns
comunistas brasileiros iniciaram revoltas dentro de instituições militares nas
cidades de Natal (RN), Rio de Janeiro (RJ) e Recife (PE). Devido à
falha de articulação e adesão de outros estados, a chamada Intentona Comunista,
foi facilmente controlada pelo governo.
Getúlio Vargas, no entanto, cultivava uma política de
centralização do poder e, após a experiência frustrada de golpe por parte da
esquerda utilizou-se do episódio para declarar estado de sítio, com essa
medida, Vargas, perseguiu seus oponentes e desarticulou o movimento comunista
brasileiro. Mediante a “ameaça comunista”, Getúlio Vargas conseguiu anular a
nova eleição presidencial que deveria acontecer em 1937. Anunciando outra
calamitosa tentativa de golpe comunista, conhecida como Plano Cohen, Getúlio
Vargas anulou a constituição de 1934 e dissolveu o Poder Legislativo. A partir
daquele ano, Getúlio passou a governar com amplos poderes, inaugurando o
chamado Estado Novo.
https://www.visiteobrasil.com.br/nordeste/ceara/historia/conheca/estado-novo
Estado
Novo (1937 – 1945)
No dia 10 de novembro de 1937, era anunciado em cadeia
de rádio pelo presidente Getúlio Vargas o Estado Novo. Tinha início
então, um período de ditadura na História do Brasil.
Sob o pretexto da existência de um plano comunista
para a tomada do poder (Plano Cohen) Vargas fechou o Congresso Nacional e impôs
ao país uma nova Constituição, que ficaria conhecida depois como
"Polaca" por ter sido inspirada na Constituição da Polônia, de
tendência fascista.
O Golpe de Getúlio Vargas foi organizado junto aos
militares e teve o apoio de grande parcela da sociedade, uma vez que desde o
final de 1935 o governo reforçava sua propaganda anti comunista, alarmando a
classe média, na verdade preparando-a para apoiar a centralização política que
desde então se desencadeava. A partir de novembro de 1937 Vargas impôs a
censura aos meios de comunicação, reprimiu a atividade política, perseguiu e
prendeu seus inimigos políticos, adotou medidas econômicas nacionalizantes e
deu continuidade a sua política trabalhista com a criação da CLT (Consolidação
das Leis do Trabalho), publicou o Código Penal e o Código de Processo Penal,
todos em vigor atualmente. Getúlio Vargas foi responsável também pelas
concepções da Carteira de Trabalho, da Justiça do Trabalho, do salário mínimo,
e pelo descanso semanal remunerado.
O principal acontecimento na política externa foi a
participação do Brasil na Segunda Guerra Mundial contra os países do Eixo, fato
este, responsável pela grande contradição do governo Vargas, que dependia
economicamente dos EUA e possuía uma política semelhante à alemã. A
derrota das nações nazi fascistas foi a brecha que surgiu para o crescimento da
oposição ao governo de Vargas. Assim, a batalha pela democratização do país
ganhou força. O governo foi obrigado a indultar os presos políticos, além de
constituir eleições gerais, que foram vencidas pelo candidato oficial, isto é,
apoiado pelo governo, o general Eurico Gaspar Dutra.
Chegava ao fim a Era Vargas, mas não o fim de Getúlio
Vargas, que em 1951 retornaria à presidência pelo voto popular.
https://www.youtube.com/watch?v=JRZ2AYFYLaU
Curiosidades:
*No dia 30 de setembro
de 1937, o general Góes Monteiro chefe do Estado-Maior do Exército brasileiro,
noticiou, através do programa radiofônico Hora do Brasil, a descoberta de um
plano cujo objetivo era derrubar o presidente Getúlio Vargas. Segundo o
general, o Plano Cohen, como passou a ser chamado, tinha sido arquitetado, em conjunto,
pelo Partido Comunista Brasileiro e por organizações comunistas internacionais.
*No dia 10 de novembro, a ditadura do
Estado Novo foi implantada.
Algumas semanas depois, com o apoio de
várias lideranças nacionais, com as quais havia se aliado desde a revelação do
Plano Cohen, Getúlio autorizou o Exército a cercar o Congresso Nacional, no Rio
de Janeiro.
*Plínio Salgado, líder
maior da AIB, que participara ativamente dos preparativos do golpe de 1937 e
que, para apoiar a decretação do Estado Novo, retirara sua candidatura
presidencial, afirmaria mais tarde que não denunciou a fraude pelo temor de
desmoralizar as Forças Armadas, única instituição, segundo ele, capaz de conter
o "perigo vermelho".
Bibliografia:
www.sohistoria.com.br/ef2/eravargas/
http://brasilnaeravargas.blogspot.com.br/p/curiosidades.html
Camila